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Darsony Chaves

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domingo, 27 de outubro de 2013

A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO: Fragmentos Filosóficos




               UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
                                                                                                       Darçoni M. Chaves (G)


A DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO:
Fragmentos Filosóficos
  
Paranaíba
2012

1 – INTRODUÇÃO
               O objetivo desse trabalho foi elaborar um artigo simples para a disciplina de Filosofia III, do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Como texto complementar direcionado ao Professor Sinomar.
              Para sua elaboração foi escolhido o texto “Dialética do Esclarecimento – fragmentos filosóficos,” dos autores Theodor W. Adorno e Max Horkheimer.
             Onde foi efetuada uma pesquisa de cunho bibliográfico, através da qual se pretende chegar a um maior entendimento sobre o tema proposto.

 2 - DESENVOLVIMENTO

              A partir da obra Dialética do Esclarecimento, de Theodoro W. Adorno e Max Horkheimer
 procura-se compreender as razões desse mesmo processo de esclarecimento ser visto pelos autores como o caminho para o desencantamento do mundo e da forma como eles correlacionam razão e mito.No entanto é preciso analisar em que condições tal obra foi escrita e os conflitos pelos quais passava toda a humanidade em meio a duas grandes guerras e no ápice de uma enorme transformação social.
O homem que saia de sua condição de submissão das forças da natureza e do jugo religioso cuja existência estava à mercê da vontade soberana de Deus e coagido pelo medo imposto pelas explicações mitológicas dos fenômenos naturais percebeu que com o esclarecimento alcançaria o domínio das ciências e com isso conquistaria sua autonomia, pois o domínio da realidade proporcionaria o desencantamento do mundo regido pelos mitos.
Assim se compreende segundo Adorno e Horkheimer (1985):
                                                                                  O programa do esclarecimento era o desencantamento do mundo. Sua meta era dissolver os mitos e substituir a imaginação pelo saber. Bacon “o pai da filosofia experimental”, já reunira seus diferentes temas. Ele desprezava os adeptos da tradição, que “primeiro acreditam que os outros sabem o que eles não sabem; e depois que eles próprios sabem o que não sabem”. Adorno e Horkheimer, 1985, p 19

              Mas para os autores o esclarecimento ou a ideia de ser esclarecido por si só já é um grande mito e que a ordem que damos naquilo que julgamos conhecer aparece apenas como uma racionalização de um mito anterior. Isso faz parte do programa do esclarecimento, objeto da perseguição humana com o objetivo de livrar-se do medo e conquistar a condição de senhores. O que para Bacon não aconteceria devido a alguns fatores assim expostos pelos autores:
                                                                        Contudo, a credulidade, a aversão á dúvida, a temeridade no responder, o vangloriar-se com o saber, a timidez no contradizer, o agir por interesse, a preguiça nas investigações pessoais, o fetichismo verbal, o deter-se em conhecimentos parciais: isto e coisas semelhantes impediram um casamento feliz do entendimento humano com a natureza das coisas e o acasalaram, em vez disso, a conceitos vãos e experimentos erráticos: O fruto e a posteridade de tão gloriosa união podem-se facilmente imaginar. Adorno e Horkheimer, 1985, p 19

A ciência vem tentando desmistificar a existência das coisas, e Bacon procurava através do processo da negação descobrir o que realmente havia de racional nos seres e no mundo, sendo assim ele desprezava aquilo que era visto como tradição.
A ciência moderna rechaça as idéias filosóficas do mito e procura explica-los, racionaliza-los dentro da história, enquanto a filosofia tenta normatiza-los e explicar seus fenômenos.
Com isso os mitos vão perdendo seu caráter místico e se revelando através dos experimentos e das descobertas cientificas, se afastando então do seu momento histórico e se aproximando do que se acredita real, mas ao mesmo tempo se reorganizando e se transformando.
Com a negação da metafísica os fenômenos antes vistos como algo sobrenatural passa a ser explicados através de estudos científicos racionais.
Já não mais se explica o mundo de forma mística, mas sim de forma racional e positiva o que ordena a realidade e fornece maior compreensão ao homem dando-lhe mais segurança quanto a sua existência e também da existência de todas as coisas.
Esse suposto conhecimento cientifico, cuja fórmula seria a de desmistificar o mito, em sua tentativa faz com que o próprio esclarecimento se mistifique e necessite de outra explicação racional como um processo de metamorfose.
A ciência se coloca como a ferramenta para a superação do mito, da lenda, da metafísica, da magia, mas sucumbe no mundo dos mitos que se formam pelo esclarecimento. Sobre isso os autores continuam a afirmar que:
                                                                     O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipula-los. O homem de ciências conhece as coisas na medida em que pode faze-las. É assim que seu em-si torna para-ele. Nessa metamorfose a essência das coisas revela-se como sempre a mesma, como substrato da dominação. Essa identidade constitui a unidade da natureza. Assim como a unidade do sujeito, ela tampouco constitui um pressuposto da conjuração mágica.” Adorno e Horkheimer, 1985, p 24.

A racionalidade, ainda, segundo os autores, passou a desempenhar um papel fundamental na existência do homem á partir do momento em que ele passa a ter um maior domínio sobre a natureza e as suas invenções como a imprensa, o canhão e a bússola lhes deram mais condições de se desenvolver e a partir de então o mundo foi se transformando, mas o que realmente contribuiu para isso foi às descobertas, os saberes, os esclarecimentos do homem.
De acordo com a teoria proposta, quando o entendimento vencer e destruir todas as superstições ele então irá imperar e operar sobre a natureza desencantada.
 Quando o saber estiver à disposição de todos então se espalhará o poder e para o homem já não mais importará os conceitos da verdade, mas sim os da operacionalidade de procedimentos eficazes que promovam melhores condições de vida. E essa é a função da ciência.
Nessa condição de homem esclarecido ele irá cada vez mais buscar o desconhecido impulsionado pelo seu desejo de revelação, de explicar todos os mistérios.
Esse é o desencantamento do mundo, é a destruição do animismo, é a não admissão da existência dos Deuses punitivos para suas almas, pois não mais acreditarão na existência da alma que antes cumpria o mito de dar vida ás coisas.
Nesse trajeto, todos os fundamentos antigos cairiam, os conceitos seriam revistos, o que antes era conceito trocariam pela fórmula, a causa pela regra e probabilidade, tudo seria explicável a partir de critérios, de cálculos e de utilidade, e o mito seria derrotado pela força do pensamento.
Mas, segundo os autores o poder libertador do esclarecimento é o que o transforma em mito, pois se trata de algo totalitário que ao contrario de aparecer como libertador do homem, na verdade esse se faz prisioneiro daquele e o homem passa a viver sob o jugo do seu próprio esclarecimento, dominado por ele e reduzido pelas forças do cotidiano.
Assim o mito transformado em conhecimento também transforma a natureza em mero papel de objetividade e o homem a ele sucumbe mais uma vez, prisioneiro de tudo aquilo que ele julga exercer o poder e a sua libertação dos mitos, dos dogmas religiosos, das forças da natureza o transforma em refém do capital, dos modos de produção, da vida moderna.
Entende-se com isso que o capital que financia o desenvolvimento, o esclarecimento e o conhecimento científico do homem sobre a natureza, torna-se o elemento dominador do seu próprio criador e aquele que antes se acreditava ter o poder de dominar passa em contrapartida a condição de dominado. Resumindo segundo o texto (p.51)
                                                                        “(...) A culpa é da ofuscação em que está mergulhada a sociedade. O mítico respeito científico dos povos pelo dado, que eles, no entanto estão continuamente a criar, acaba por se tornar ele próprio um fato positivo, a fortaleza diante da qual a imaginação revolucionária se envergonha de si mesma como utopismo e degenera numa confiança dócil na tendência objetiva da história. (...) multiplicando o poder pela mediação do mercado a economia burguesa (...) também multiplicou seus objetos e suas forças a tal ponto que para sua administração (...) agora ela precisa de todos.” Adorno e Horkheimer, 1985, p 51-52.

E tudo isso faz com que ele próprio, o homem, a sua arte, o seu saber, o seu esclarecimento se transforme em mercadoria e todo o seu sonho de liberdade se aliena na continuidade e reprodução de um sistema capitalista que o mantem alienado em uma falsa sensação de liberdade, mas que na verdade o aprisiona e o domina e, “em face dessa possibilidade, o esclarecimento se converte, a serviço do presente, numa total mistificação das massas”. (p.52)
Eis o conceito do esclarecimento Humano “O Homem fazendo-se crer livre dos fenômenos da natureza torna-se escravo do seu suposto esclarecimento cientifico e liberdade alienada ao acumulo de capital”. 

3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

             A história humana vem acontecendo com passagens por etapas distintas consideradas como desenvolvimento, o pensamento filosófico cuja fonte está na Grécia antiga vem durante os séculos abastecendo a busca por esclarecimento do homem sobre as coisas e fenômenos naturais.
            A continua tentativa de dominação e a sede por poder aguçou a curiosidade humana
  
REFERENCIAS

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, v. 45, p. 53-112, 1985.

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