1) INTRODUÇÃO
1.1 O QUE É O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE (TDAH)?
Ás vezes também chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD. É um transtorno neurobiológico de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o individuo por toda sua vida.
Não raro são os casos em que o médico afirma para os pais da criança que com o tempo os sintomas tendem a desaparecer, mas hoje se sabe que isso não é verdade, a maioria dessas crianças com TDAH, será sempre portadora desse distúrbio e sofrerão com suas conseqüências e contrariando aqueles cuja falta de informação negam a existência de tal transtorno, chegando a afirmar que o TDAH não existe e que isso não passa de uma invenção médica e da indústria farmacêutica a fim de lucrarem com a venda de medicamentos prescritos para o tratamento e não admitem que a hiperatividade seja um
transtorno reconhecido oficialmente por vários paises e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Comprovado cientificamente como esse transtorno sendo o resultado de alterações na região frontal orbital e as suas conexões com o resto do cérebro , sendo esta uma das regiões mais desenvolvidas do cérebro humano e é responsável pela inibição do comportamento e pela capacidade de: prestar atenção,memória, autocontrole, organização e planejamento, ao que parece quando as substancias químicas existentes no cérebro chamadas de neurotransmissores, principalmente a dopamina e a noradrenalina responsáveis pela passagem de informações entre as células nervosas (neurônios) sofrem alguma alteração o individuo perde a capacidade de concentração e assim, outros tantos distúrbios aparecem.
2) QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO TDHA?
Ele se caracteriza por dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
Esses sintomas tornam-se mais nítidos quando a criança atinge a idade escolar e passa a apresentar dificuldades de aprendizado e de relacionamento com outras crianças, com os professores e com os pais.
Geralmente essas crianças são taxadas de avoadas, desatentas, estabanadas, vivem no mundo da lua, pois não conseguem se fixar em nenhuma atividade específica.
Na adolescência essas mesmas crianças terão enormes dificuldades em lidar com regras e limites necessários e estabelecidos acarretando assim mais problemas comportamentais, quando adultos, serão desatentos com as atividades do cotidiano e do trabalho, terão a memória afetada pelo transtorno gerando esquecimentos, se tornam pessoas inquietas, que só conseguem relaxar quando adormecidas, além der estarem sempre preocupados com as atividades que nunca conseguem finalizar, são impulsivos tomando muitas vezes decisões precipitadas, tem dificuldades em avaliar o próprio comportamento e quando isso afeta os demais, são taxados de egoístas e mal educados, muitas vezes se envolvem com outros problemas como drogas, alcoolismo, ansiedade e depressão.
3) QUAIS SÃO AS CAUSAS DO TDAH?
Estudos em diferentes regiões, inclusive no Brasil demonstram que o transtorno não é secundário a fatores culturais, sociais, psicológicos, ou de conflitos familiares. Estudos científicos mostram que portadores de TDAH, sofrem de alterações no funcionamento cerebral que podem ser causadas por:
a) Hereditariedade:
A prevalência da doença entre parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes maior que na população em geral, a isso se chama de recorrência familiar, ou seja, os genes parecem responsáveis pela predisposição ao TDAH, á partir de observações na freqüência de indivíduos afetados numa mesma família, acreditava-se que esse era um transtorno do comportamento devido a maior ocorrência dentro da família e suas influencias ambientais, como se a criança aprendesse a ser desatento ou hiperativo.
Foram necessários vários estudos para comprovar que a recorrência familiar teria origem em uma predisposição genética e não somente ao ambiente.
Outros estudos genéticos foram feitos com gêmeos e com crianças adotadas, nesses últimos foram comparados os pais adotivos com os pais biológicos verificando a presença de TDAH nos dois grupos, verificou-se que os pais biológicos têm três vezes mais o transtorno que os pais adotivos.
No estudo de gêmeos, compararam os gêmeos univitelinos com 100% de semelhança genética que se parecem mais nos sintomas de TDAH que no caso de gêmeos bivitelinos (fraternos) com 50% de semelhança genética.
A única explicação para essas diferenças é a da participação dos componentes genéticos que quanto mais parecidos, mais concordam e maior é a influência para desenvolver a doença, pois os pais, o ambiente, a dieta são iguais. Isso evidencia a participação ou a predisposição genética na origem do TDAH.
A procura pelo gene responsável por essa predisposição, mostrou que o caso é mais complexo, pois envolve vários genes que podem ter diferentes níveis de atividade e que agem de modo diferente nos pacientes assim como interagem entre si e com os fatores ambientais e suas influencias, o que pode gerar maior ou menor grau de incidência de outros transtornos como: bipolar, depressão, alcoolismo e dependência química.
b) Substancias Ingerida na Gravidez:
Pesquisas indicam que mães fumantes e ou alcoolistas tem mais chances de terem filhos com TDAH, pois essas substancias quando ingeridas durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê.mostram uma associação entre esses fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.
c) Sofrimento Fetal:
Alguns estudos mostram que algumas mulheres querem tiveram problemas no parto, talvez por sua carga genética de TDAH, e que passa ao filho, pode ser o que influencia na maior presença de problemas.
d) Exposição a Chumbo:
A intoxicação por chumbo em crianças pequenas, pode apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH, embora esses casos sejam mais raros e facilmente identificados clinicamente.
e) Problemas Familiares:
Os problemas familiares, com discórdia conjugal, poder sócio econômico baixo, baixo grau de instrução dos pais, podem ser mais conseqüências do que causas do TDAH, na criança e mesmo nos pais. Eles podem agravar o quadro mais não causar a doença.
f) Outras Causas:
Outros fatores que foram cientificamente investigados e desacreditados:
- Corante amarelo.
- Aspartame.
- Luz artificial.
- Deficiência hormonal (principalmente tireóide)
- Deficiência vitaminicas na dieta alimentar.
4) QUADRO CLÍNICO:
a) Sintomas em Crianças e Adolescentes:
As crianças com TDAH, em especial os meninos, mostram-se agitadas e inquietas, tem dificuldades para manter a atenção em atividades longas, repetitivas ou que não sejam interessantes, são tidas como muito esquecidas, sendo essa uma das grandes queixas dos pais.
Quando se dedicam a atividades interessantes ou estimulantes, consegue permanecer mais tranqüilas, isso porque os centros de prazer no cérebro são ativados, o que consegue dar um “reforço” no centro de atenção ligada a ele, os portadores de TDAH, vão ter dificuldades em manter a atenção em inúmeras coisas.
Também tendem, a ser impulsivas, agem antes de pensar, apresentam dificuldades em se organizar ou planejar suas atividades. Seu desempenho intelectual parece inferior ao esperado e é mais comum terem problemas de comportamento do que o de rendimento na escola.
Geralmente as meninas tem menos sintomas, embora sejam igualmente desatentas como não incomodam tanto, eram menos encaminhadas para diagnóstico e tratamento
Médico.
b) Sintomas em Adultos:
A existência de TDAH em adultos só foi reconhecida oficialmente em 1980, pela Associação Psiquiátrica Americana, e desde então inúmeros estudos tem sido feitos demonstrando que 60% das crianças portadoras do TDAH, chegarão á idade adulta com as mesmas dificuldades e sintomas, embora seja mais difícil diagnosticar, pois o histórico da infância do individuo, pode ter sido esquecida pelo mesmo, e a isso se junta à falta dos pais para prestar informações importantes para o diagnostico. Por isso, muitos médicos ainda hoje, costumam tratar das comorbidades como: depressão, ansiedade ou uso de drogas, e não do TDAH.
Os adultos portadores desse transtorno costumam ter dificuldades em organizar e planejar as atividades diárias, frequentemente deixa as tarefas pela metade, em conseqüência disso fica muito estressado com a sobrecarga de compromissos assumidos e pelo medo de não conseguir cumpri-los, com isso acabam deixando trabalhos interrompidos, só a eles retornando mais tarde ou esquecendo-os literalmente.
5) COMO DIAGNOSTICAR:
A Associação Americana de Psiquiatria desenvolveu um questionário denominado SNAP-IV, baseado nos sintomas do Manual de Diagnósticos e Estatísticas – IV Edição (DSM-IV), sendo traduzida e validade pelo GEDA – Grupo de Estudos do Déficit de Atenção da UFRJ e pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS. Usado para diagnosticar a presença de TDAH em crianças e adolescentes, e o questionário ASRS- 18 desenvolvido por pesquisadores em colaboração com a Organização Mundial de Saúde com versão validado para o Brasil e destinado a auxiliar no diagnostico de adultos portadores do TDAH. Esses questionários são compostos por perguntas a respeito do comportamento do cliente e o seu resultado é baseado em critérios distintos:
.Critério A – analise dos sintomas no geral.
Critério B – investiga quais sintomas estão presentes antes dos 7 anos de idade.
Critério C – observa se algum desses sintomas tenha causado problemas em pelo menos 2 contextos, escola, casa, vida social, etc.
Critério D – Se há problemas evidentes, na vida escolar, familiar ou social causados por esses sintomas.
Critério E – Se existem outros problemas como: depressão, deficiência mental, psicoses, etc.
Sendo o critério A, avaliado com o uso do questionário e não sendo ele o bastante para determinar o diagnostico, sendo, portanto necessário que os demais critérios sejam seguidos.
É importante lembrar que o diagnóstico definitivo só pode ser fornecido por um profissional.
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