UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
MATO GROSSO DO SUL
Darçoni M. Chaves (G)
UEMS/UNOPAR
Geicyene
Nunes(G) UEMS
A REALIDADE
ACADEMICA, O PPP DO CURSO DE CIENCIAS SOCIAIS DA UEMS DE PARANAIBA-sob a
perspectiva de educação e poder de Moacir Gadotti.
Essa pesquisa
tem por objetivo embasar algumas perspectivas entre a realidade acadêmica e o
conhecimento proposto pelo Projeto Político Pedagógico do Curso de Ciencias
Sociais ministrado pela universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS,
unidade do município de Paranaiba, durante o período letivo do ano de 2010 até o final do 1º
bimestre de 2013.
Para tal foi
executada a releitura do PPP do curso comparando a proposta do mesmo com os
conhecimentos adquiridos ao longo desse período utilizando como base para a
fundamentação teórica de tal tarefa a obra Educação e Poder – Introdução a
Pedagogia do Conflito de Moacir Gadotti.
Segundo o autor,
o estrangulamento do seu curso (pedagogia) pela lei, traz aos pedagogos a
oportunidade de repensar o seu estatuto (p 56) sua formação e o tipo de
educação que esses profissionais irão repassar dentro do processo de reconstrução
da sociedade brasileira.
Essa afirmação
desperta a curiosidade e promove momentos de reflexão quanto ao papel que irão
exercer os futuros cientistas sociais oriundos dessa universidade.
O
desenvolvimento da capacidade critica/reflexiva que foi ao longo do processo
acadêmico adquirindo ares de perplexidade diante de uma realidade muito
diferente da vivida ou percebida até então, transforma-se em sentimentos
contraditórios diante do reconhecimento da impotência humana diante das le4is e
normas impostas pela classe social dominante.
Esse sentimento
de incapacidade encontra no texto de Gadotti algumas explicações para o estado
conflituoso em que o aluno de Ciencias Sociais se vê envolvido, pois não
diferente de outros profissionais sente-se refém da ideologia
desenvolvimentista que só visa o aperfeiçoamento do sistema industrial e
econômico capitalista que de forma hegemônica força o humano a se render,
adaptar e se permitir treinar e ser treinado segundo as regras de uma minoria
que possui nas mãos o poder político, econômico e tecnológico.
Partindo desses
pressupostos, e com base na proposta do PPP do curso de ciencias Sociais, percebem-se
inúmeras contradições entre ao que o papel propõe e o que realmente é ofertado
para os acadêmicos.
Embora nessa
Instituição o corpo docente se esforce para que se cumpra o máximo possível das
metas do PPP, as falhas são inevitáveis, pois a Universidade enfrenta entre
outros problemas estruturais a falta de apoio político e financeiro por parte
do Estado que embora pareça ter ares de democracia, impõe a força, a
truculência e a ignorância de alguns governantes, que lutam ainda para manter o
status de autoritarismo dos sistemas ditatoriais que ainda assombram a recente
da história do Brasil.
Essa influencia
aparece tanto na negligencia do Estado quanto aos bens materiais destinados á
universidade, quanto às atitudes veladas de impedimentos discursivos e
persuasivos utilizados para que os acadêmicos aceitem que seu direito de acesso
a determinadas bibliografias seja negado e violado.
A análise feita
ao PPP, demonstra que obras básicas para o desenvolvimento político/crítico e
reflexivo dos futuros cientistas sociais, foram relegadas ao “esquecimento”
proposital, ou tendo como desculpa a falta de recursos para a aquisição de obras
importantíssimas para um melhor desenvolvimento intelectual.
Entre as divergências
existentes entre o PPP e a realidade acadêmica, estão os problemas enfrentados
pelos universitários do curso de Ciencias Sociais quando no final de sua
licenciatura se vêem privados de sua liberdade de escolha quanto ao tema do TCC
- trabalho de conclusão de curso que, voltando-se para a pedagogia e tão
somente, faz com que o conhecimento adquirido seja fragmentado e perca uma
grande parcela da sua razão de ser e do encanto da pesquisa dentro de áreas
específicas.
Percebe-se assim
mais uma manobra estratégica para que tudo permaneça a mercê da necessidade do
Estado em direcionar o conhecimento de acordo com a sua necessidade e não visando
o desenvolvimento intelectual do universitário.
Referindo ao
curso de Ciências Sociais, cuja meta inicial seria a busca por uma graduação
questionadora capaz de promover reflexões acerca dos problemas sociais, ao
ver-se engessado ao sistema e ao mercado de trabalho, perde sua proposta inicial
e o encantamento, pois dentro do próprio PPP percebe-se a existência de
mecanismos que impedem o graduando
em desenvolver um trabalho voltado para
os problemas sociais, direcionando o curso apenas para a licenciatura/educação
como se não fosse importante ir alem desses horizontes.
É preciso
entender que a formação em
Ciências Socias possui vertentes que se estendem muito além
dos limites da sala de aula, reflexões que perpassam o ler/ escrever.
O curso de inicio oferece métodos para
transformação social através de suas teorias e coloca a escola como possível
ferramenta para a aquisição de tal objetivo, propondo um ensino que envolva
além do desenvolvimento da leitura e escrita, também ensine ao educando a
refletir, a questionar, a pensar, entretanto ao prender os Cientistas sociais
aos processos pedagógicos estes se descobrem obrigados a continuar a obedecer e
a contribuir para manter o status quo.
No entanto, uma
parcela mais critica dos formandos em Ciencias Sociais da UEMS percebem esse
boicote ao crescimento intelectual como uma forma estratégica de castração
mental e educacional, pois apesar de todo desenvolvimento tecnológico, a
sociedade sul mato-grossense parece estar condenada a permanecer sob o jugo de
um sistema coronelista, totalitário e corporativista, cujo poder de manobra
social e econômica ainda permanece nas mãos do colonizador.
Portanto, tentar
buscar pontos de concordância entre o PPP do curso de Ciencias Sociais, e a
realidade acadêmica é um exercício que remete a realidade da Educação como um
todo, o que vem a ser a causa da revolta e da repulsa pelo sistema que ai está
e motivo para que novos caminhos sejam cuidadosamente pensados e praticados,
apesar das dificuldades impostas durante a trajetória em busca de se tornar
agentes educadores, transformadores sociais e futuros formadores de opiniões.
REFERENCIAS
GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. Cortez Editora, 1980.
Paranaíba
2012
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