Powered By Blogger

Darsony Chaves

Darsony Chaves
Darsony Chaves

domingo, 27 de outubro de 2013

A REALIDADE ACADEMICA, O PPP DO CURSO DE CIENCIAS SOCIAIS DA UEMS DE PARANAIBA-sob a perspectiva de educação e poder de Moacir Gadotti.


               UEMS – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MATO GROSSO DO SUL
                                                                                     Darçoni M. Chaves (G) UEMS/UNOPAR
                                                                                                         Geicyene Nunes(G) UEMS



A REALIDADE ACADEMICA, O PPP DO CURSO DE CIENCIAS SOCIAIS DA UEMS DE PARANAIBA-sob a perspectiva de educação e poder de Moacir Gadotti.


Essa pesquisa tem por objetivo embasar algumas perspectivas entre a realidade acadêmica e o conhecimento proposto pelo Projeto Político Pedagógico do Curso de Ciencias Sociais ministrado pela universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, unidade do município de Paranaiba, durante o período letivo do ano de 2010 até o final do 1º bimestre de 2013.
Para tal foi executada a releitura do PPP do curso comparando a proposta do mesmo com os conhecimentos adquiridos ao longo desse período utilizando como base para a fundamentação teórica de tal tarefa a obra Educação e Poder – Introdução a Pedagogia do Conflito de Moacir Gadotti.
Segundo o autor, o estrangulamento do seu curso (pedagogia) pela lei, traz aos pedagogos a oportunidade de repensar o seu estatuto (p 56) sua formação e o tipo de educação que esses profissionais irão repassar dentro do processo de reconstrução da sociedade brasileira.
Essa afirmação desperta a curiosidade e promove momentos de reflexão quanto ao papel que irão exercer os futuros cientistas sociais oriundos dessa universidade.
O desenvolvimento da capacidade critica/reflexiva que foi ao longo do processo acadêmico adquirindo ares de perplexidade diante de uma realidade muito diferente da vivida ou percebida até então, transforma-se em sentimentos contraditórios diante do reconhecimento da impotência humana diante das le4is e normas impostas pela classe social dominante.
Esse sentimento de incapacidade encontra no texto de Gadotti algumas explicações para o estado conflituoso em que o aluno de Ciencias Sociais se vê envolvido, pois não diferente de outros profissionais sente-se refém da ideologia desenvolvimentista que só visa o aperfeiçoamento do sistema industrial e econômico capitalista que de forma hegemônica força o humano a se render, adaptar e se permitir treinar e ser treinado segundo as regras de uma minoria que possui nas mãos o poder político, econômico e tecnológico.
Partindo desses pressupostos, e com base na proposta do PPP do curso de ciencias Sociais, percebem-se inúmeras contradições entre ao que o papel propõe e o que realmente é ofertado para os acadêmicos.
Embora nessa Instituição o corpo docente se esforce para que se cumpra o máximo possível das metas do PPP, as falhas são inevitáveis, pois a Universidade enfrenta entre outros problemas estruturais a falta de apoio político e financeiro por parte do Estado que embora pareça ter ares de democracia, impõe a força, a truculência e a ignorância de alguns governantes, que lutam ainda para manter o status de autoritarismo dos sistemas ditatoriais que ainda assombram a recente da história do Brasil.
Essa influencia aparece tanto na negligencia do Estado quanto aos bens materiais destinados á universidade, quanto às atitudes veladas de impedimentos discursivos e persuasivos utilizados para que os acadêmicos aceitem que seu direito de acesso a determinadas bibliografias seja negado e violado.
A análise feita ao PPP, demonstra que obras básicas para o desenvolvimento político/crítico e reflexivo dos futuros cientistas sociais, foram relegadas ao “esquecimento” proposital, ou tendo como desculpa a falta de recursos para a aquisição de obras importantíssimas para um melhor desenvolvimento intelectual.
Entre as divergências existentes entre o PPP e a realidade acadêmica, estão os problemas enfrentados pelos universitários do curso de Ciencias Sociais quando no final de sua licenciatura se vêem privados de sua liberdade de escolha quanto ao tema do TCC - trabalho de conclusão de curso que, voltando-se para a pedagogia e tão somente, faz com que o conhecimento adquirido seja fragmentado e perca uma grande parcela da sua razão de ser e do encanto da pesquisa dentro de áreas específicas.
Percebe-se assim mais uma manobra estratégica para que tudo permaneça a mercê da necessidade do Estado em direcionar o conhecimento de acordo com a sua necessidade e não visando o desenvolvimento intelectual do universitário.
Referindo ao curso de Ciências Sociais, cuja meta inicial seria a busca por uma graduação questionadora capaz de promover reflexões acerca dos problemas sociais, ao ver-se engessado ao sistema e ao mercado de trabalho, perde sua proposta inicial e o encantamento, pois dentro do próprio PPP percebe-se a existência de mecanismos que impedem o  graduando em  desenvolver um trabalho voltado para os problemas sociais, direcionando o curso apenas para a licenciatura/educação como se não fosse importante ir alem desses horizontes.
É preciso entender que a formação em Ciências Socias possui vertentes que se estendem muito além dos limites da sala de aula, reflexões que perpassam o ler/ escrever.
 O curso de inicio oferece métodos para transformação social através de suas teorias e coloca a escola como possível ferramenta para a aquisição de tal objetivo, propondo um ensino que envolva além do desenvolvimento da leitura e escrita, também ensine ao educando a refletir, a questionar, a pensar, entretanto ao prender os Cientistas sociais aos processos pedagógicos estes se descobrem obrigados a continuar a obedecer e a contribuir para manter o status quo
No entanto, uma parcela mais critica dos formandos em Ciencias Sociais da UEMS percebem esse boicote ao crescimento intelectual como uma forma estratégica de castração mental e educacional, pois apesar de todo desenvolvimento tecnológico, a sociedade sul mato-grossense parece estar condenada a permanecer sob o jugo de um sistema coronelista, totalitário e corporativista, cujo poder de manobra social e econômica ainda permanece nas mãos do colonizador.
Portanto, tentar buscar pontos de concordância entre o PPP do curso de Ciencias Sociais, e a realidade acadêmica é um exercício que remete a realidade da Educação como um todo, o que vem a ser a causa da revolta e da repulsa pelo sistema que ai está e motivo para que novos caminhos sejam cuidadosamente pensados e praticados, apesar das dificuldades impostas durante a trajetória em busca de se tornar agentes educadores, transformadores sociais e futuros formadores de opiniões.



REFERENCIAS

GADOTTI, Moacir. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. Cortez Editora, 1980.


Paranaíba
2012


Nenhum comentário:

Postar um comentário