Powered By Blogger

Darsony Chaves

Darsony Chaves
Darsony Chaves

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

SOCIOLOGIA AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO : uma reflexão sobre as relações entre sociedade e meio ambiente.

SOCIOLOGIA AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO : uma reflexão sobre as relações entre sociedade e meio ambiente.

                        O modo moderno de vida humana tem causado inúmeras discussões acerca da insustentabilidade que está se desenvolvendo no planeta devido a grande proporção que tomou o processo de exploração dos recursos naturais, o desenvolvimento industrial, a expansão urbana e o consumismo desenfreado causado pelo sistema capitalista, que aparecem como fatores que vem abalando todo o equilíbrio ambiental.
                       O tema da tese de mestrado (USP) dos autores Samia Nascimento Sulaiman e Virginia Talaveira “Educação Ambiental e Sociologia Ambiental: interlocuções com a teoria da reflexividade” vêm propor mudanças no sistema de ensino de forma que ele possa contribui para o desenvolvimento de cidadãos ecologicamente conscientes e reflexivos no que diz respeito aos assuntos ambientais.
                      A implantação da educação ambiental nas escolas de ensino fundamental e a sociologia ambiental nas escolas de nível médio pode ser visto como ferramentas  para desenvolver tal função.
                        Pois segundo as autoras o processo de sustentabilidade proposto por diversos paises do mundo cujo movimento preservacionista iniciado em 1970 pelo Relatório do Clube de Roma, se estendeu em várias conferências realizadas desde então, e foram responsáveis por orientar, reavaliar e normatizar os processos econômicos, políticos sociais, culturais, e educativos sobre a necessidade da preservação do meio e no desenvolvimento de ações de sustentabilidade.
                       Essa sustentabilidade, no entanto só poderá ser alcançada a partir da construção de uma sociedade consciente e preparada para quebrar os paradigmas modernos responsáveis pelo grande e crescente numero de desastres ambientais que segundo (BECK, 1997) aparecem como resultados das invenções tecnológicas poluidoras além de outros fatores que estão contribuindo na criação de uma sociedade de risco.
                       A sociologia ambiental pode contribuir com o processo de sustentabilidade se colocar em prática os conhecimentos reflexivos associados às questões como, produção de bens e serviços, políticas publicas e saúde, além das relações sociais e de consumo e dos males causados pela desigualdade social. Esses conhecimentos poderão levar os indivíduos a refletir e reavaliar seu comportamento diante das convenções propostas pela sociedade de consumo, auxiliando desse modo a corrigir e a redirecionar as bases da coesão social.
                    Para Boaventura S. Santos (2006) essas bases da coesão social estão calçadas num tripé de paradigmas que seriam: um positivista que prevê a distinção entre sujeito e objeto / natureza e sociedade. Outro cientificista que considera as verdades cientifica pautado nas coisas funcionais e desconsidera outros saberes e por fim o determinista que reduz a vida em simples fórmulas matemáticas. Para Giddens, (1995:96) a problemática ambiental deve ser vista muito mais que uma revisão paradigmática, mas numa acelerada mudança nas relações entre as decisões individuais do cotidiano humano pautada na observância de seus resultados globais.
                       Acredita-se então que a realidade sendo um processo resultante das escolhas individuais, a sociologia e a educação ambiental têm um papel muito importante a cumprir nessa missão de transformação de comportamentos e de consciência, e que junto podem propor por meio do processo pedagógico contribuições para o desenvolvimento e a formação de uma sociedade mais consciente e preocupada com a relação socioambiental. A aquisição de tais conhecimentos também auxiliará no esclarecimento sobre possíveis habilidades, mudanças de atitudes, motivação comportamental que promova compromissos individuais e coletivos na busca por soluções emergenciais e atuais e ações preventivas de problemas sociais e acidentes ambientais futuros.
                       Nessa pesquisa, as autoras partiram da teoria social de Beck e Giddens que colocam a sociedade industrial moderna como vítima dos próprios riscos criados por ela. E que seu processo de modernização poderá falhar se antes não assentar suas ações na reflexividade. E que a educação ambiental é importante para que os riscos sejam reavaliados, e para que se encontrem meios capazes de quebrar os conceitos humanos sobre a sua relação com o meio ambiente.
                   
 DADOS BIBLIGRÁFICOS

BECK, U. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São Paulo: EDUSP, 1997.

GIDDENS A, BECK, U. LASH.  Modernização Reflexiva. São Paulo: Editora da UNESP, 1995.

SANTOS, B. S. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.

Educação Ambiental e Sociologia Ambiental: interlocuções com a teoria da reflexividade. Samia Nascimento Sulaiman, Mestranda em Educação na USP - Virgínia Talaveira Valentim Tristão, Doutoranda em Educação na USP. Disponível em: http://www.pesquisaemdebate.net/docs/pesquisaEmDebate_11/artigo_5.pdf. Acesso em 23 de Nov. de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário