VIDA E MORTE HUMANA
Sob um olhar sociológico
1. INTRODUÇÃO
O Tema vida e morte comportam muitas questões e envolve várias opiniões na tentativa de trazer á luz da racionalidade explicações ou conceitos que traduzam e satisfaçam a curiosidade de respostas pelo inexplicável. Como são várias e extensas as teorias existentes
Provavelmente esse trabalho por si não conseguirá expor a riqueza do conteúdo. Visto que foi elaborado dentro das limitações do conhecimento inicialmente acadêmico.
2. CONCEITO DE VIDA/MORTE
2.1 VIDA
Quando se fala em vida, abre-se um leque imensurável de possibilidades conceituais e interpretativas, pois os significados se diversificam de acordo com a visão de cada área de estudos, desde o ponto de vista do direito, do filosófico até culminar nas pesquisas de ciências sociais, onde cada qual defende suas teorias nas observações feitas á partir dos questionamentos humanos e seu comportamento dentro do contexto social.
Etimologicamente a palavra vida vem do latim – “vita” - e é um conceito muito amplo que admite diversas definições. Pode-se referir ao processo em curso do qual os seres vivos são uma parte; ou ao espaço de tempo entre o nascimento e a morte de um organismo; ou ainda a condição duma entidade que nasceu e ainda não morreu; é a definição de tudo aquilo que faz com que um ser esteja vivo. Metafisicamente, a vida é um processo constante de relacionamentos.
Já para Legrand, em seu Dicionário de Filosofia não existe atualmente uma definição suficiente para totalizar os fenômenos ocorrentes de assimilação, crescimento e possibilidade de reprodução que a experiência corrente classifique com o nome de vida.
2.2 MORTE
A palavra morte também vem do latim –“ mortem” - e significa a cessação da vida, manifesta-se pela extinção das atividades vitais: crescimento, assimilação e reprodução no domínio vegetativo; apetites sensoriais no domínio sensitivo.. A morte é o fenômeno natural que mais se tem discutido tanto em religião, quanto em ciência, e opiniões diversas. O Homem, desde o princípio dos tempos, tem a caracterizado com misticismo, magia, mistério e segredo. Para os céticos, a morte compreende o cessar da consciência, exatamente quando o cérebro deixa de executar suas funcionalidades. Além disso, a morte é vista e interpretada em vários outros sentidos:
Sentido físico: ter um corpo e desaparecer com o corpo
Sentido psicológico: a cada nova idade morre uma fase e nasce outra. O próprio nascimento já é uma morte, porque o bebê separou-se do ventre materno.
Sentido filosófico: pensar criticamente é estar vivo; pensar dogmaticamente é estar morto.
Sentido religioso: a noção da vida eterna. Morrer para nascer de novo
.Os pensadores da humanidade desenvolveram, ao longo do tempo, três concepções de mundo: a Materialista, a Idealista e a Religiosa. De acordo com essas concepções, construíram as diversas doutrinas. As mais importantes: Niilismo, Panteísmo, Dogmatismo Religioso e o Espiritismo. Para o Niilismo, a matéria se apresenta como sendo a única fonte do ser, e a morte é considerada o fim de tudo. Para o Panteísmo, o Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum. Para o Dogmatismo Religioso, a alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte. A sua sorte já está determinada: os que morreram em "pecado" irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. Para o Espiritismo, o Espírito, independente da matéria, foi criado simples e ignorante. Todos partiram do mesmo ponto, sujeitos à lei do progresso. Os que praticam o bem evoluem mais rapidamente e fazem parte da legião dos anjos, dos arcanjos e dos querubins. Os que praticam o mal recebem novas oportunidades de melhoria, através das inúmeras encarnações. (Kardec, 1975 p. 193 a 200)
Já para a medicina a definição é conhecida como morte clínica, morte cerebral ou parada cardíaca irreversível. O conceito de morte, interessando a áreas tão diversas como as ciências biológicas, jurídicas, sociais e à religião, está longe de ter um consenso quanto ao momento real de sua ocorrência.
3. ASPECTOS HISTÓRICOS E SÓCIO-CULTURAIS.
O Dr. Frank Mahoney, professor de Antropologia da Universidade do Havaí, mostrou a diferença entre a cultura americana e a da sociedade Micronésia, a dos Trukeses. Os americanos negam a morte e o envelhecimento; os habitantes das ilhas Truk (Pacífico) ratificam-na. Para estes a vida termina aos 40 anos de idade e a partir daí começa a morte, Cada cultura possui teorias e rituais próprios que tentam explicar, compreender e aceitar o inevitável, a certeza da morte, e como lidar com isso. Alguns povos celebram-na com festejos e dedicam um dia do ano para homenagear seus mortos, como o México, por exemplo.
Outros sofrem na perda de um ente querido e também possui no calendário anual uma data especifica para chorar e relembrar essa perda, como é o caso do Brasil cujo dia 02 de novembro é um feriado dedicado ao dia dos finados.
4 – O TEMOR DA MORTE.
O medo de morrer é um fenômeno natural e cultural
Natural, visto que todos os animais parecem ter medo de morrer, pois tentam escapar de predadores, alguns têm a capacidade de se camuflar, outros soltam substâncias para se defender, justificando assim esse medo de morrer, já que teoricamente o instinto animal tem um propósito central que é a perpetuação da espécie através da capacidade de reprodução permitida pela vida.
Para os humanos é um medo cultural com aspectos naturais. Pois Vivem em sociedades onde na maioria dos casos a morte é vista como algo terrível e hostil, e as pessoas são desde cedo condicionadas a enxergar a morte como algo assustador que temem e repudia.
Dessa maneira, esse medo do inexplicável é passado através das gerações.
Há também a questão do medo do desconhecido, da possibilidade da inexistência com a chegada da morte, enfim, as pessoas têm medo daquilo que não conhecem, e a morte leva a um caminho desconhecido, a certeza do fim da vida o que assusta os seres humanos.
Há também a questão do medo do desconhecido, da possibilidade da inexistência com a chegada da morte, enfim, as pessoas têm medo daquilo que não conhecem, e a morte leva a um caminho desconhecido, a certeza do fim da vida o que assusta os seres humanos.
Porém, isso depende muito das ideias e convicções de cada um. Cada pessoa, cada cultura tem uma maneira própria de enxergar e lidar com as questões sobre a morte.
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A idéia da morte tem variações de acordo com fatores determinados pela cultura, conhecimentos específicos ou religiosos, as mitologias dos diversos povos estão permeadas de lendas acerca desse assunto que para alguns assustam ou para outros tranqüilizam.
O desconhecimento do pós morte é um dos fatores que mais intriga as ciências, pois ainda não foi possível determinar com precisão o que realmente acontece com os seres quando termina o seu ciclo vital.
Muitos acreditam que morrendo chega-se ao fim de tudo e que a morte funciona como um ponto final em todas as faculdades humanas, outros, no entanto, preferem acreditar que é dotada de algo mais, uma essência divina que permanece eternamente em estado de evolução.
Outros ainda têm a convicção de que ao morrer passarão por sofrimentos reparativos no inferno, pagar pelos seus pecados ou erros ou irá para um lugar tranqüilo o céu ou paraíso desfrutar das delicias eternas que foram conquistadas pelas suas boas ações enquanto humanos terrenos.
A maioria dos questionamentos, porém, vem á tona quanto á estrutura do ser humano, como animal dotado da capacidade de pensar diferindo-o das outras espécies vivas.
Essa estrutura bastante complexa é o que intriga a ciência e a faz entrar em choque com o misticismo e a religiosidade, cada qual quer dar uma explicação para o fenômeno, no entanto ainda não há um consenso, uma explicação satisfatória que prove o que realmente espera á todos quando a vida termina.
Esse medo frequente que o ser humano tem de morrer é bastante estudado principalmente pelas linhas cientificas da psicologia, psiquiatria e outras, que buscam soluções para os conflitos e doenças causados por essa inevitável condição de mortais que persegue os seres humanos desde o nascimento como um pesadelo constante.
A morte filosoficamente, no entanto, não se delimita apenas pela deterioração do corpo físico. Ela também se dá na rotina diária de todos, sempre mata - se alguém, ou algo quando são esquecidos, desprezados, e quando sua existência não é reconhecida assim como se morre ou não se existem para aqueles cuja existência é ignorada, sendo assim, só é considerado vivo e existente aquilo que é visto, conhecido ou noticiado.
Á partir de tantas hipóteses resta acreditar que a morte se inicia no momento da fecundação, onde começa o ciclo vital e que a cada segundo conduz ao fim. A morte, é a única certeza que justifica o estado atual dos seres viventes e que nenhuma teoria, riqueza , ou conhecimento pode evitar que um dia se chegue a esse fim reservado á todas as criaturas, ou seja, se nasce para morrer independente da sociedade, cultura, raça ou credo em que se esteja inseridos.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA
LALANDE, A. Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia. [tradução de Fátima Sá Correia... et al.]. São Paulo, Martins Fontes, 1993.
LEGRAND, G. Dicionário de Filosofia. [Trad. de Armindo José Rodrigues e João Gama]. Lisboa, Edições 70, 1986.
LEGRAND, G. Dicionário de Filosofia. [Trad. de Armindo José Rodrigues e João Gama]. Lisboa, Edições 70, 1986.
http://www.ceismael.com.br/artigo/vida-e-morte.htm acesso em 03/05/2011
http://br.answers.yahoo.com/question/index?quid acesso em 03/05/2011
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